Colangiografia Endoscópica Retrógrada – CPER – é o exame usado para diagnóstico de doenças das vias biliares (colédoco, via biliar intra-hepática), da vesícula biliar e do pâncreas. Este exame combina o uso de endoscopia digestiva e de radiografias contrastadas para fazer diagnóstico e tratamento endoscópico de algumas doenças dessas regiões.
A parte endoscópica deste exame é realizada por meio de um videoduodenoscópio – um tubo longo, fino e flexível, com um sofisticado sistema gerador de imagem, a qual é exibida, em tempo real, em um monitor de vídeo.
Em seguida ao exame endoscópico, é feita injeção de contraste nos canais que serão estudados – vias biliares e ductos pancreáticos – para que os raios X possam formar imagens, que são mostradas em um monitor e podem ser gravadas em radiografias, ou ainda fotografadas.
Com este procedimento será possível diagnosticar anormalidades na mucosa duodenal e na papila de Vater. Se necessário, pequenos fragmentos de tecido (biópsias) ou pequenos volumes de secreção podem ser removidos durante o exame, sem qualquer tipo de dor, para diversos tipos de análise laboratorial.
Diversos tratamentos podem ser realizados em associação à CPER, como a papilotomia endoscópica, a retirada de cálculos da via biliar, e a colocação de próteses endoscópicas na via biliar ou pancreática. Consulte o link abaixo para maiores informações sobre estes procedimentos terapêuticos.
No momento do exame, o estômago deve estar vazio. Recomenda-se que não tenha sido feita ingestão alimentar de sólidos ou pastosos nas últimas 12 horas.
Pacientes em uso de medicação regular por Via Oral, podem mantê-la mesmo no dia do procedimento, devendo ser usada apenas pequena quantidade de água.
Exceções:
Deve ser suspenso o uso de anticoagulantes (como o Xarelto, por exemplo) cinco dias antes e de antiadesivos plaquetários (como o clopidogrel, por exemplo) quinze dias antes do procedimento. O ácido acetilsalicílico (AAS) pode ser suspenso, mas não é indispensável sua suspensão.
O uso de antiácidos deve ser suspenso pelo mesmo período recomendado para o jejum.
É comum ser feita administração de antibióticos por via venosa imediatamente antes deste procedimento.
Como é feito uso de raios X, é obrigatória a certeza de não haver gravidez. Assim, qualquer possibilidade de existir gravidez deve ser informada imediatamente.
O médico explicará o procedimento e esclarecerá as dúvidas. Pedirá informações sobre sintomas, sobre a razão pela qual este exame foi solicitado, resultados de exames semelhantes ou outros exames prévios que fizeram este exame necessário. Especial atenção deve ser dada para resultados de outros métodos de imagem, como ultra-sonografia abdominal, tomografia computadorizada do abdome, ressonância magnética, e a colangiorressonância magnética. Deve ser informada a existência de reações alérgicas a medicamentos, sobretudo aos contrastes iodados, ou reações paradoxais a sedação ou anestesia administrada anteriormente.
O exame é realizado em ambiente hospitalar e na maioria das vezes no interior do Centro Cirúrgico. Com o paciente deitado sobre o seu lado esquerdo, a sedação é aplicada por via endovenosa, de forma fracionada e em quantidade individualizada. Ela permite que o paciente esteja relaxado e confortável durante todo o exame. Como medida de segurança, é feita a monitorização contínua da saturação da hemoglobina pelo oxigênio – percentagem da hemoglobina ligada ao oxigênio – pela oximetria de pulso. Esta monitorização traduz a eficiência da respiração e da circulação sanguínea durante o procedimento.
Coloca-se anestésico local, na forma de spray, na orofaringe (garganta) a fim de impedir o reflexo de vômito. Uma peça protetora – que chamamos de bocal – é colocada entre a arcada dentária superior e a inferior, para manter a boca aberta. Por dentro desse bocal é introduzido, delicadamente, o duodenoscópio. O endoscópio é colocado na hipofaringe (na garganta) e aguarda-se a sua deglutição, entrando-se, então, no esôfago. O endoscópio não interfere com a respiração, não produz qualquer tipo de dor e não induz ao vômito.
O exame dura de 30 a 120 minutos. Em algumas situações poderá ser mais prolongado, quando associado a procedimentos terapêuticos sucessivos.
Em algumas situações, a CPER poderá ser realizada sob a supervisão de um médico anestesiologista, e a critério deste poderá ser empregada a anestesia geral.
Após o término do exame, o paciente permanece em repouso pelo período de 6 a 24 horas, ou até ser identificado, com certeza, não ter havido o desenvolvimento de nenhuma complicação relacionada ao procedimento.
Caso o exame tenha sido feito sob sedação, pode haver leve sensação de “dormência” ou “formigamento” na hipofaringe (garganta). É o fim do efeito do anestésico local, empregado para impedir o reflexo de vômito durante o procedimento endoscópico. Pode haver também efeito residual das drogas empregadas na sedação.
Há necessidade de repouso alimentar mínimo de quatro horas após o procedimento. Nesse período, não deve haver ingestão de sólidos ou líquidos. Ao ser liberada a alimentação, a dieta começa com ingestão de líquidos e sem gordura.
Ao ser liberado para retornar a sua residência, o paciente deve estar acompanhado por um adulto.
Caso a alta hospitalar ocorra no mesmo dia do procedimento, o paciente deve guardar repouso domiciliar, não lhe sendo permitido dirigir nem retornar às atividades profissionais, neste dia. No ato da alta hospitalar, o paciente recebe orientação quanto à progressão da dieta. A restrição para ingestão de bebida alcoólica é, no mínimo, por 72 horas após o termino do procedimento, podendo haver restrição maior.
A CPER pode resultar em complicações, tais como reações aos medicamentos empregados, pancreatite aguda, sangramentos, perfurações e infecções.
A injeção de contraste iodado pode resultar em reações alérgicas, inflamação do pâncreas (pancreatite aguda) e infecção das vias biliares (colangite). Tais complicações são incomuns, sendo a mais frequentes delas a pancreatite – ao redor de 5% dos procedimentos.
A possibilidade de complicação é maior no decorrer dos procedimentos endoscópicos terapêuticos. Essas complicações podem resultar em permanência prolongada no hospital, em internação em unidades de terapia intensiva, em transfusões sanguíneas, e em cirurgias de emergência. Quando surgem tais complicações pode haver risco de vida.
Em Breve…
Em caso de dúvida após a realização do procedimento, o contato com a Clínica pode ser feito através dos telefones (21) 2432-1000 e (21) 2430-9250 ou pelo celular (21) 98777-1000 de Segunda a Sábado, das 8:00 h às 20:00 h.
Fora desse horário, em caso que seja julgado de emergência, disponibilizamos os telefones (21) 98777-1060 e (21) 98777-1040 para que seja feito contato. A senhora Elza e a enfermeira Patrícia terão condições de achar o médico da Pró-Vídeo responsável pelo atendimento para que ele retorne o contato.
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