A colocação do balão intragástrico é uma alternativa não cirúrgica e não farmacológica de tratamento da obesidade. A presença do balão no interior do estômago busca induzir a perda ponderal, por fazer ocupação do volume interno do estômago e promover sensação de saciedade e plenitude precocemente. Como resultado final, haverá menor ingestão alimentar e progressiva perda de peso.
A perda de peso induzida pela presença do balão no interior do estômago é proporcional à redução da ingestão energética adotada. A saciedade precoce produzida pelo balão no interior do estômago ajudará o paciente a aceitar a redução da ingestão alimentar, com consequente redução de volume e calorias (energia).
Quando a ingestão de energia for menor que a energia consumida pelo organismo para a realização de suas atividades – como respiração, digestão, exercícios físicos e o funcionamento de órgãos – haverá perda ponderal. Assim, a perda de peso na presença do balão intragástrico continua dependendo da aderência à restrição dietética, sendo necessária a redução do volume de alimentos ingerido e a escolha de alimentos de menor valor energético.
A colocação endoscópica do balão intragástrico é indicada, para uso temporário, em pacientes com obesidade acentuada – Índice de Massa Corpórea (IMC) superior a 35 kg / m2 – ou para pacientes com obesidade menos acentuada, associada a comorbidades (doenças presentes causadas ou agravadas pela obesidade), e que não tenham respondido à restrição dietética e ao tratamento farmacológico, ou que tenham contra-indicação ao tratamento cirúrgico.
Pode, ainda, ser usado para induzir perda ponderal inicial e proporcionar maior segurança ao tratamento cirúrgico subseqüente.
O balão intragástrico é posicionado no interior do estômago, sob o controle da visão endoscópica.
A endoscopia digestiva alta é realizada da maneira habitual (deve ser lido o informativo sobre Endoscopia Digestiva Alta). Terminada a fase diagnóstica da endoscopia digestiva alta, é iniciada a colocação do balão intragástrico.
O balão vazio é lubrificado com gel hidrofílico específico e introduzido pela cavidade oral até o interior do estômago. A seguir, o videoendoscópio é introduzido e identifica o balão no interior do estômago. Inicia-se a distensão do balão com a injeção de líquido (solução salina isotônica, conhecida como soro fisiológico) dentro deste. O volume final do balão pode variar entre 400 e 700 ml, e é escolhido de forma a proporcionar suficiente ocupação do interior do estômago para que venha ocorrer a sensação de plenitude e da saciedade precoce.
Para o enchimento do balão, misturado ao soro fisiológico é usado um corante, o azul de metileno. Ele serve como um marcador de vazamento do líquido de dentro do balão para o interior do estômago. Caso haja vazamento do líquido contido no balão, haverá passagem do azul de metileno para o interior do estômago e sua posterior absorção no intestino delgado. Depois de absorvido, o azul de metileno será eliminado na urina. A presença do corante modificará a cor da urina para azul, ou azul-esverdeada.
Assim, esta modificação da cor da urina significará obrigatoriamente a presença de vazamento de líquido do interior do balão para o interior do estômago. Este vazamento do líquido de dentro do balão pode permitir o esvaziamento completo do balão, com perda da sua função e o risco da sua migração do estômago para o intestino delgado, de onde só poderá ser removido com cirurgia. Por essa razão, caso ocorra a mudança da cor da urina, deve ser feito contato imediato com a Clínica, para que seja programada a retirada do balão, através de endoscopia digestiva, enquanto ele está dentro do estômago.
Os primeiros dias após a colocação do balão intragástrico compõem o período de adaptação ao balão. Embora possa ser um período assintomático para muitas pessoas, ele pode ser um período de muitas náuseas e de vômitos aquosos repetidos. Quando ocorrem náuseas, estas podem persistir por três a cinco dias.
Para minimizar estes sintomas, recomenda-se a todos as pessoas em que foi feita a colocação do balão intragástrico a ingestão apenas de líquidos pelo período de 15 dias. No dia da colocação do balão intragástrico, e eventualmente também no dia seguinte, deve ser feita a ingestão exclusiva da solução de hidratação oral (Pedialite), no volume de 15 a 20 ml, a intervalos de 10 minutos.
Para algumas pessoas pode ser necessária a internação hospitalar, para que seja controlada a presença de náuseas e de vômitos repetidos. Neste caso, é feita a interrupção de qualquer tipo de ingestão, mesmo a de líquidos, e instituída a hidratação intravenosa e a administração de drogas que inibam as náuseas e os vômitos. Raramente, pode ser necessária a retirada endoscópica do balão intragástrico.
Durante o período de adaptação ao balão intragástrico, é recomendado o uso de drogas que estimulem o esvaziamento do conteúdo do estômago. A recomendação é para o uso da domperidona, em solução, na dose de 10 ml, via oral, quatro vezes ao dia.
Por todo o período em que o balão intragástrico estiver presente, deve ser usada medicação que iniba a secreção ácida pelo estômago. A recomendação é para o uso de esomeprazol (Nexium) na dose de 20 mg, via oral, pela manhã. Durante o período de adaptação ao balão – os primeiros 15 dias – a dose do esomeprazol deve ser igual a 40 mg ao dia: tomadas de 20 mg por via oral, duas vezes ao dia.
O balão intragástrico permite a associação da restrição alimentar com o uso de drogas que reduzam o apetite, aumentem a sensação de saciedade e limitem a absorção de alimentos ingeridos. O acompanhamento clínico irá apontar a conveniência e o momento oportuno de ser feito o uso dessas alternativas farmacológicas.
Caso o exame tenha sido feito sob sedação, pode haver leve sensação de “dormência” ou “formigamento” na hipofaringe (garganta). É o fim do efeito do anestésico local, empregado para impedir o reflexo de vômito durante o procedimento endoscópico. Pode haver também efeito residual das drogas empregadas na sedação.
Há necessidade de repouso alimentar mínimo de quatro horas após o procedimento. Nesse período, não deve haver ingestão de sólidos ou líquidos. Ao ser liberada a alimentação, a dieta começa com ingestão de líquidos e sem gordura.
Ao ser liberado para retornar a sua residência, o paciente deve estar acompanhado por um adulto.
Caso a alta hospitalar ocorra no mesmo dia do procedimento, o paciente deve guardar repouso domiciliar, não lhe sendo permitido dirigir nem retornar às atividades profissionais, neste dia. No ato da alta hospitalar, o paciente recebe orientação quanto à progressão da dieta. A restrição para ingestão de bebida alcoólica é, no mínimo, por 72 horas após o termino do procedimento, podendo haver restrição maior.
O balão intragástrico é construido de silicone elástico, resistente à agressão pelo ácido do estômago (ácido clorídrico).
O fabricante assegura a permanência do balão no interior do estômago pelo prazo de seis meses.
Após esse prazo, deve ser feita a retirada endoscópica do balão intragástrico.
Caso necessário, um novo balão intragástrico pode ser colocado imediatamente após a retirada do balão antigo.
A colocação endoscópica do balão intragástrico pode resultar em complicações, tais como aquelas citadas para endoscopia digestiva alta, entre as quais as reações adversas aos medicamentos empregados, perfurações e sangramento.
Essas complicações são muito raras – inferior a um evento a cada 5.000 procedimentos.
A colocação endoscópica do balão está associada a maior freqüência da esofagite de refluxo e está contra-indicada em paciente com hérnias de hiato de grande volume.
Em caso de dúvida após a realização do procedimento, o contato com a Clínica pode ser feito através dos telefones (21) 2432-1000 e (21) 2430-9250 ou pelo celular (21) 98777-1000 de Segunda a Sábado, das 8:00 h às 20:00 h.
Fora desse horário, em caso que seja julgado de emergência, disponibilizamos os telefones (21) 98777-1060 e (21) 98777-1040 para que seja feito contato. A senhora Elza e a enfermeira Patrícia terão condições de achar o médico da Pró-Vídeo responsável pelo atendimento para que ele retorne o contato.
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